quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Opinar sem se chatear (ou ser chateado)

O Manuel dá a conversa por acabada.
Como, para mim, nunca nenhuma conversa está acabada, ainda tenho duas ou três coisas a dizer:
1. Não vale a pena virem com a treta de que quero silenciar alguém, ou sequer que fujo ao debate (incluindo com com quem não põe o nome em baixo). O que escrevi, e repito, é que a valorização que dou às coisas é diversa. Dar a cara pelas suas ideias é a maior das liberdades - estas são as minhas ideias, a cada momento posso mudar, a cada momento posso concordar ou discordar de quem quer que seja.
2. Quando falo em pôr o nome é o nome. E não o nome feito. E a blogosfera é precisamente um dos melhores exemplos. Ao longo destes dois anos, habituei-me a respeitar muitas opiniões de pessoas que não tinham nome e que não têm acesso aos media tradicionais. Mas que são muito boas na análise e na opinião.
3. Para o Manuel (isso é perceptível no texto sobre Cintra Torres), opinião válida só mesmo a que é do contra. É um mundo feito de permanentes conspirações e de agendas secretas. E às vezes as coisas não são assim.
4. O Irreflexões mete-me no saco dos «pouco habituados a terem de provar o seu valor», frase pela qual só o posso mandar bardamerda. Não tenho feito outra coisa na minha vida profissional que provar, a todo o momento, que sou capaz.
5. O Manuel deixa cair, às tantas, uma frase que resume esta conversa: Ter opiniões e visões sobre o mundo sem ter de se chatear por causa disso. É, obviamente, um direito de qualquer cidadão. Havendo, em contrapartida, quem se ache no direito de discordar.