sábado, 8 de outubro de 2005

Declaração de (não) voto

Há quem me aconselhe o voto em branco, há quem me recomende o voto na lógica do menos mal.
Se calhar, estarei a ser injusto. Se calhar, a culpa é do Governo ou do sistema. Sim, será Lisboa uma cidade governável com uma câmara distante e meia centena de juntas de freguesia impotentes?
A verdade é que Lisboa, a minha Lisboa, a do meu bairro, a dos sítios por onde passo, é uma cidade abandonada, desprezada, cada vez mais feia, cada vez mais desumana.
A verdade é que os candidatos que se apresentam são insuportavelmente maus. Obedecem a lógicas que nada têm a ver com a cidade. Percebe-se à distância.
A verdade é que estou habituado - talvez mal habituado - a que o meu voto tenha peso. Mania das grandezas... tenho a ilusão de que o meu voto ajuda a decidir o governo das coisas. Ora, desta vez, pura e simplesmente, é-me completamente, mas completamente, indiferente quem ganha Lisboa. Só isso.